quinta-feira, novembro 20, 2008

Sem dó nem piedade...

Por onde começar agora que vejo novamente? Porque não pelo mundo em geral?
Assiste-se à decadência da Babilónia, das potências instituídas. Verdades absolutas caiem que nem a maçã de Newton, tão inevitável era a sua queda, tal foi a sua subida exponencial. "O mercado não precisa ser regulado, ele regula-se a si mesmo." Palavras tão ocas como os cérebros dos que nisto acreditaram pois qual é o papel então dos Estados senão o de regular todas as actividades que afectam os seus cidadãos, em prol dos mesmos? Nacionalizar bancos? Fechar hospitais? Criar computadores medíocres para depois oferecê-los a crianças para lhes condenar o raciocínio abstracto desde tenra idade? O mundo atravessa uma era conturbada e ninguém faz nada para que isto acabe? Sonhem aqueles que pensam que isto vai continuar assim indefinidamente, pois o sonho depressa vai acabar. Ou alguém apresenta medidas concretas de apoio aos cidadãos e às empresas ou instituições que lhes garantem o salário ou mais tarde ou mais cedo acabamos zangados. O fosso entre ricos e pobres aumenta de dia para dia, o nível de vida ocidental baixa a olhos vistos. É-se dependente até mais tarde quando se é mais qualificado, é-se mais explorado quando se tem mais conhecimento. Tiram-nos aumentos salariais para gastar milhões em, para além dos já referidos computadores, aviões de guerra que, como Portugal está sempre em conflito, fazem uma falta medonha, reformas ridículas na Educação em vez de se preocuparem com arranjar oportunidades de emprego para aqueles cujo mesmo sistema educativo já formou? Em vez de assegurarem reforma aqueles que hoje trabalham? Como jovem informado e preocupado que sou obviamente preocupo-me com estas situações. Estão a condenar-me o futuro. E, mais uma vez a nível mundial, os mercados? O tal fosso que referi anteriormente acontece porquê? Não será porque o mercado desregulado auto-regulável permitiu que houvesse um desmedido branqueamento de capitais de tal ordem que, dinheiro que geraria investimento e subsequentes postos de trabalho, está, ao invés, parado em off-shores espalhadas por esse mundo? Estas são palavras de um jovem que não sendo comunista, embora possa parecer, acredita que a justiça social é um direito do Homem e o mundo que andamos a pagar com o nosso corpo todos os dias "sai caro e é mal servido". Não esqueçamos a emergência de novas potências mundiais cuja Revolução Industrial, com todos os males inerentes à Britânica (poluição, exploração social, enriquecimento criminoso, não esquecendo o abuso de poder inerente a qualquer regime totalitário), só agora se dá e com isso a perda de recursos primários como os bens de primeira de necessidade (e se bem me lembro Maslow tinha uma pirâmide e não um octaedro) que inevitavelmente levará ou à fome por desleixo regulador dos Estados ou à guerra que será a outra hipótese neste cenário inaceitável. Cabe aos Estados, ou melhor, Governos que representam os Estados (porque Estado são todos os cidadãos de um país) encontrar soluções rápidas ou a médio prazo para equilibrar a balança de forma sustentável, pois não são apenas os países de 3º mundo a precisar de políticas de desenvolvimento sustentado, são todos os países e só assim se poderá acreditar que o pior não irá acontecer. Quero acreditar que melhores dias virão porque caso contrário também não estaria aqui a partilhar esta minha modesta análise com vocês.
Bem hajam e não se esqueçam que o Obama pode ser vir a ser bom mas não é D.Sebastião.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Ressaca espiritual...

Já quis repetir-me, já quis dizer tudo o que me ía na alma, já quis partir para não sentir mas se partisse teria sentido mais ainda... Assim, sem partir, sem tentar esquecer, sem mesmo esquecer, deixo-me levar ao sabor da vida, ao ritmo que se impõe e que a mim mesmo imponho procurando voltar a mim... Ainda não sou de novo senhor de mim mas já não tenho âncora a prender-me, não há mais arca de alquimia fascinante pois já não fascina apenas entristece... Entristece ver que nada mais encanta pois nada mais de belo se mantém a não ser o brilho do metal e esse mesmo assim necessita ser areado para que volte talvez a maravilhar esta gralha que em torno da âncora voou mas nunca teve força para a levar consigo tal era o seu peso e tal presa estava no chão... Volto a tentar encontrar-me em mim, procuro o brilho interior que quase se apagou e quase cegou a minha vontade... Estou de novo livre... Respiro um novo ar que me enche de confiança, que me dá força para caminhar uma vez mais de olhos postos na esperança de que o meu ser se reflicta nos outros não por egoísmo mas por mérito de quem ama sem nada pedir em troca... Por ora vou escrever de outras coisas que não de mim, que não das minhas psicoses "novelescas" das quais já devem estar fartos... Voltarei a reflectir sobre o mundo e a perspectivá-lo tal como ele é, ou então não...

terça-feira, setembro 09, 2008

As time goes by...

Palavras escrevi bastantes
Palavras disse-as demais
Palavras tão ancestrais
Palavras tão redundantes

O silêncio foi abusivo
O silêncio foi inimigo
O silêncio foi um castigo
O silêncio foi corrosivo

Falar é refrear
Falar é retorquir
Falar é combater

Ouvires é auscultar
Ouvires é insurgir
Ouvires é deter

Palavras escrevo-as de novo
Palavras repito-as se preciso
Palavras vindas de um friso
Palavras que diz o povo

O silêncio vai existir
O silêncio vai guerrear
O silêncio vai magoar
O silêncio vai munir

Falar será abrir
Falar será conversar
Falar será dizer

Ouvires será ouvir
Ouvires será escutar
Ouvires será perceber

segunda-feira, julho 21, 2008

Sometimes I wonder how I ever started loving you...

Mais do que outra coisa
Amor é uma loucura
Dá apertos na alma
A quem não os procura
Leva-te até à lua
Enche-te de emoção
Nasce no meio da rua
Arde no coração

Mesmo que não te exista
Algo me diz que sim
Diz-me que não desista
Apesar de me sentir assim
Louco, perdido, à nora
Estranho, vazio, sem alma
Nisto sou eu quem chora
Alguém que me tira a calma

Mas não culpo ninguém
A culpa ao amor pertence
Desisto? Tento outra? Quem?
Amor tudo, tudo vence
Leva-me a razão
Extingue-me o pensamento
Nega-me a decisão
Afirma um sentimento

Morro um pedacinho
A cada dia que passa
Desde que sozinho
Amo sem a tua graça
Longe do teu olhar
Estou fraco e inseguro
Neste gélido fervilhar
Alheio ao futuro

quarta-feira, julho 09, 2008

Agnosco veteris vestigia flammae...

Meu agridoce desejo
Amarga ansiedade
De alta densidade
De tão volúvel pejo

Amarra de tanta côr
Queimadura saborosa
Brisa tão gostosa
Tesoura de pudor

Dissolves o meu saber
Gelas o meu falar
Apagas o meu ser

Eu não consigo deter
E fico sem pensar
Feliz por te vêr

Inquietação constante
Tempestade cerebral
Calamidade celestial
Por mais distante

Presença misteriosa
De ausência sofrida
Agitaste-me a vida
De forma perigosa

Ages indiferente
De olhar sideral
De face viraga

Fico intermitente
Viro um animal
Tal é a paga

terça-feira, maio 13, 2008

Porquê? Porque...

Gentilmente desperto
Outro dia de incerteza
Aquela velha tristeza
Estou a descoberto

O amor é jogo de sorte
O amor é jogo de azar
Jogado sem pensar
Profecia do mais forte

Memórias que se aninham
Momentos sonhados
Futuro turbulento

Desejos que caminham
Prazeres calados
Puro desalento

Continuo sem rumo
Tempero a vida
Essa folha caída
Ainda sem resumo

Divago em mim
Ainda mais perdido
Outrora convencido
Que viria para mim

Essa que me ignora
Que não considera
Que me condescende

Não chega essa hora
Não finda esta espera
Não me compreende

Conseguisse explicar
Este meu sentir
Iria descobrir
O que é gostar

É sofrer sem saber
É tê-la na mente sem desejar
É querer sem controlar
É não conseguir esquecer

A vida continua
O mundo não se detem
Existência mandraque

Mas eu estou nessa lua
Onde ela não vem
Sina de Bergerac

segunda-feira, abril 14, 2008

Semper et ubique...

Era uma vez... Não, não vai ser bem assim, vai ser mais do género desta vez é para ser diferente... Ou não... De qualquer forma o que quero deixar bem assente é que no estado em que o mundo, e particularmente Portugal, se encontram é difícil acreditar em algo, é difícil ter esperança, é difícil levantar-mo-nos de manhã com um sorriso. Não há tempo para a a família, não há tempo para os amigos, não há tempo para sorrir. O tempo, o tempo, o tempo é uma chatice não é? O tempo é dinheiro, o tempo é trabalho, o tempo é sono, o tempo já foi amigo e agora não o é. Andamos agarrados a uma existência automática e mecanizada desprovidos de liberdade, condenados a um sistema instaurado para enriquecer alguns e que nos inunda de promessas em revistas côr-de-rosa, de telenovelas que nos mostram uma realidade ideal carregada de nada, sem valores, sem moral, sem história, que se escreve à mediade que se descobre o que prende audiências. Um mundo onde estamos tão sitiados pela informação que nem os nossos pensamentos são livres na grande maioria do tempo(lembram-se dele?). É ainda mais triste verificar que cada vez mais cedo na vida dos jovens se pretende incumbir-lhes esse tipo de estilo de vida onde o respeito não é mais que um conto que passou de moda pois o que conta e realmente importa é a roupa, o telemóvel e parecer giro e rico. Pois bem meus amigos ser e parecer são duas coisas completamente diferentes e parecer rico e giro tira-nos o precioso tempo(esse do qual escrevo) para realmente nos tornar-mos ricos em valores e conhecimento, aquilo que basicamente nos trouxe até esta época tão tecnologicamente evoluída e cheia de comodidades e que sem dúvida são agradáveis, o problema é que custam caro, custam às vezes tão caro quanto a réstia de humanidade que reside em alguns de nós. Pois bem acho que devo lembrar-vos com a ajuda de uma, não muito conhecida banda portuguesa, que "...bens materiais e outras coisas mais servem pra nos distanciar-mos demais, bens essenciais nunca são demais...". Um dos mais importantes bens essenciais chama-se humanidade. Pensem nisso.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Vivit sub pectore vulnus...

Dou comigo preso a uma necessidade de exorcisar demónios que me atormentaram durante meses... Quero escrever mas não sei o que dizer nestas linhas... Que fazer?? Onde me inspirar?? Voltar a bater na tecla Enter que não abre um coração ferido do qual não fui eu o agressor, mas por tabela de um cego e de uma sociedade vendada me nega a oportunidade de o curar?? Não!!!! Quem não quer nem ser amado não o merece!! Tentar procurar quem o mereça neste mundo?? Já tinha encontrado mas estava tão absorvido pela perpetualidade saprófita de um amor que não me abandona, mas com o qual finalmente aprendi a viver, que não me tinha dado conta. Mas saí do vale, a cordilheira que me rodeava não mais bloqueia a frequência que insistentemente se difundia até mim. Sintonizei e não voltarei a refugiar-me nas voláteis ninfas de Baco, já não preciso delas para esquecer. Não tenho que esquecer. Chamá-las-ei quando me quiser divertir e a próxima chamada é já daqui a uma semana e meia. Como não me quero abstrair do mundo dançarei com elas ao som do samba e na companhia de quem me quer bem.
Mais uma vez sou eu o centro da minha escrita quando mais nada me inspira um comentário... pelo menos construtivo... Se fosse para falar do mundo tinha críticas que davam pano para mangas. Mas para quê agravar a depressão de quem me lê?? Para isso já temos a Babilónia!! Temos é que criar os nossos "breizh zions" com quem nos quer bem e não com quem quer bens, aí as depressões desaparecem e a existência confunde-se com a vida, e não o contrário, passamos a "habitar com o coração cheio um mundo vazio" despidos de preconceitos e convenções...