quinta-feira, maio 24, 2012

Agnominatio

Sei que sabes que sim, senão souberes saberás certamente sentir se seremos serenos, sagazes e siderais no sibilar da situação significante do sim.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Advice...

A todos que gostavam que eu cá tivesse vindo escrevinhar mais vezes nos últimos meses o meu obrigado e as minhas desculpas por não o ter feito.

Não senti que fosse necessário e mesmo hoje apenas aqui vim para dizer: "Presente!"

E mais umas coisitas, desta feita em inglês, porque me apetece:

I would like to think that the world is that idilic special place created by a superior identity who brought life on all of us by breathing over clay. A place were we can be happy if we always do the right thing. But what really happens is that that's a big load of crap and happiness is not easily obtained and it's not a purpose or a goal. Happiness is a felling we get every once and a while contrasting with all the god damned, crazy ass, mother fucking moments we get most times of our lives. This is reality, either you're bad or good you're gonna get screwed over and over again but only if you let the system, if you let all the vultures, all the fucking hienas, drain the life outta you by taking all the product of your work and give you 5% of what you do (and this is if you're lucky). The real world we find ourselves in once we leave that dream factory we all call college is hard, it's filled up with incompetent people who just know how to suck up better than you. If you lack pride, if you are ready to sell your soul, if you feel no one will judge you for what you do professionaly this is the world for you. You are never ready for the impact this kind of every day handling processes can cause to your ethics, to you're pride, to your self respect. You must never lose your temper, your sanity, however it's not easy to take, this if you, like me, are one of the last people of this earth with principles. Even so I face this as a stage of my life which will soon be over due to my unexpected perseverence in reaching happy moments, those happiness peaks life still keeps for all all of us. If you don't like what you do just fucking change your life. I will fucking surely will. This is what I wanted to share with you after these silent months, for some a big load of shit for others it might still save their sanity, at least unlike me they had someone warning them about the perversion the world can be. Cheers mates!!

terça-feira, junho 23, 2009

Tradidit mundum disputationibus corum...

A natureza humana por vezes parece clara e tão básica mas em oposição por outras parece tão imprevisível, indefinível e intangível. É nestas inconstâncias que a metáfora da nossa volatilidade inteligível toca o poético facto de descendermos dos astros. Hoje o que é uma certeza absoluta amanhã é a mais cruel e nefasta mentira o que faz com que essa contradição pareça por vezes um milagre e outras um absurdo. Ora de milagres e de absurdos se fez o mundo ocidental no qual vivemos e do qual somos produto. Já não parece tão poético, mas não será poético pensarmos que de um ser consensualmente definido como primitivo que usava pedras como utensílios passámos a um ser que usa computadores? Ou será isto um absurdo, e será errado pensar como evolução a extrema dependência actual em relação a tecnologias em contraponto com o desenrascado e fisicamente apurado ser primitivo? Só o elo que nos liga, o tempo, o dirá. E algo me diz que não será absurdo pensar que o milagre da resposta a esta pergunta está para breve e que se calhar o primitivo continua cá, a pedra é que tem mais e perigosas funcionalidades.

segunda-feira, maio 04, 2009

Sgt. Pepper's veritas...

Numa época de distanciamentos sociais, de tantas fobias geradas pela alienação dos media, o mundo parece carecer de pessoas com sentimentos. Mas não será mostrando que é possível agir de modo diferente da maioria que se pode começar a mudá-la? Não se afigura uma tarefa fácil mas tarefas fáceis são os desafios dos fracos. A educação, civismo e civilidade são qualidades e como tais não fazem mal nenhum e só valorizam cada um de nós. Digo-vos isto numa altura, penso, crucial para o dizer pois numa fase da evolução em que o acesso a informação é ilimitado é importante sublinhar que conhecimento, não deixando de ser fulcral para se vingar neste mundo hostil, também não é tudo. Do mais velho ao mais novo há uma série de esforços ao nível do comportamento que urgem ser feitos para alterar mentalidades tacanhas, egoístas, mesquinhas e sobretudo fúteis que minam e mancham a nossa sociedade. Hoje em dia vive-se stressado com um sem número de situações quotidianas perfeitamente evitáveis se quem nos rodeia soubesse o significado da palavra respeito e principalmente quem mais o exige e outrora o merecia (falo dos idosos) hoje em dia é quem pior exemplo dá aos jovens. Há que repensar a forma de educar em casa e nas escolas para que amanhã tenhamos uma sociedade sinónimo de civilização e não acabemos como meras formigas que sucessivamente se ultrapassam e de forma rudimentar libertam feromonas para comunicar enquanto lutam apenas para suportar o trabalho para sustentar um sistema centralizado. Eu não quero nem ser formiga nem viver num formigueiro. Quero crer que após milhões de anos de evolução do Homem este consegue algo mais complexo que ser chapa 4 de uma colónia de artrópodes cuja organização é a mesma desde que os insectos caminham na Terra. Somos capazes de construir coisas belas quando existe harmonia, porque não fomentá-la diariamente? Já dizia um miúdo de Liverpool há 28 anos "Imagine all the people living life in peace".

quarta-feira, abril 15, 2009

Ab absurdo...

Depois de alguma ausência do yours truly resolvi voltar a "postar", não porque me sinta particularmente repleto de vontade de escrever mas porque talvez deva algo a quem me lê e gosta e, porque não, também a quem não gosta. Já diz a música dos Charlie Brown Jr. "...falem bem, falem mal, mas falem de mim...". Enquanto atravessamos um deserto político, económico, enquanto a escassez de abstracção intelectual for um flagelo "kitsh", esse rococó da era moderna onde conta o exagero imagético, pantominalmente sublinhado e o conteúdo, a alma não mais servem senão para vender, a vida ganha uma perspectiva totalmente diferente. A cara de quem nos ladeia na rua, no metro não mais é certa de encerrar em si uma experiência apetecível de absorver quando nos parece apetecível ao olhar. A "máscara" social ganhou uma dimensão tão violentamente hiperbólica que a ausência de carácter deixou de ser um pecado tão grande ou maior do que não se saber vestir. Quando chegamos a este ponto algo vai mal. Não que ache melhor tirar as pessoas do centro comercial e voltar a enfiá-las nas igrejas mas talvez chamar a atenção para algo mais na vida que manter as aparências. Foi só este bocadinho de lixo literário, ou algo terrivelmente sombrio, ou pecaminoso ou, se calhar, agressivamente assertivo que quis partilhar convosco... Um abraço...

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ridendo castigat mores...

"Eh pah! Hoje deu-me uma daquelas cenas de tipo... escrever, tás a ver? Uma cena daquelas em que tu pah... tipo... não sei, tás a ver? E desatei para aqui a escrever e isto não pára pah... tipo eu quero parar mas não sou capaz, tás a ver? Parece que tá aqui qualquer cena... Tá a falar comigo!!! AAHAHH!! lol. Isto é capaz de ter sido uma das cenas mais maradas que alguma vez escrevi porque não sei onde vai dar, tipo... Tou a anhar bué... Mas não tou a conseguir e tudo isto porque... o que é que foi mesmo que eu estive a fazer?" - diria um qualquer rapaz numa de dar em humorista para mudar uma beca o tom que por sinal era negativo do seu blog que por sinal era este se escrevesse, não?

domingo, fevereiro 01, 2009

Ultima ratio...

Olhando constelações
Aparto-me da vida
Caravela perdida
Nave de emoções

Fito o distante
Esqueço o mundo
Letárgico e rotundo
Inerte e exasperante

Olhos alheios
Segundos preciosos
Calor assertivo

Esqueço anseios
Silogismos perigosos
Frio destrutivo

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Madrugada de Domingo...

Madrugada de Domingo, um fim-de-semana que passa. Um ano novo que começa com tanta indecisão quanta a que me lembro de ter quando acabei o 9º ano. Um ano repleto de possibilidades que diz adeus a outro carregado de infortúnio, miséria, burrice, roubo, depravação e, deixando de falar do Governo de Sócrates, talvez um pouco de amor, felicidade e esperança. Sentimentos que se desvanecem tanto quanto os sonhos que ocasionalmente recordo com carinho, os sonhos que tinha enquanto estava a tirar o meu curso superior, tão superior que a frase mais ouvida nos últimos tempos por todos que o têm é “Você é demasiado qualificado! Não podemos pagar-lhe ordenados de acordo com o seu grau de instrução!”. Mas os sonhos de ser Relações Públicas de uma grande instituição, de abrir uma editora, até mesmo o mais modesto, de escrever um livro, se tornam a cada dia que passa uma maior miragem.

Sinto saudades dos meus tempos de criança em que não passava de um ser reaccionário que se limitava a gostar ou não gostar de algo enquanto sorvia conhecimento como agora bebo ao fim-de-semana para esquecer esta vida de merda que nos reservou o modo de vida ocidental globalizado. Os padrões e metas eram mais elevados, a todos os níveis e em todos os países do globo. Neste momento anda tudo com medo que amanhã o dinheiro que tanto lhes custou a ganhar e que depositaram no banco desapareça pelas artes mágicas do sistema financeiro que tratam as poupanças de muita gente como arredondamentos por defeito.

Querem ter tudo e fazer tudo em grande, no entanto esquecem-se que quanto maior as organizações e maiores as estruturas que gerem pessoas e países pior o resultado final. O truque é simplificar e pensar no mais pequeno ser da sociedade. O recém-nascido é o objectivo que nos traz a este mundo e nos faz continuar, é deixar cá os nossos genes, a nossa herança genética e dar-lhes as melhores condições possíveis para que o façam à geração seguinte. Convém pois pensar na criança e na forma como esta chega à idade adulta. Com que valores queremos que as nossas crianças cresçam e rejam amanhã o mundo no qual nós vamos viver e seremos velhos demais para ter voto na matéria? Com os valores passados por uma sociedade que lhes afasta os pais todos os dias com o trabalho que cada vez mais lhes consome o tempo para a paternidade que é só a coisa mais bela que o ser humano tem o privilégio de poder fazer? Ser pai é mais que um “Ya bute ter um puto!”, ser pai é uma responsabilidade negada pelo trabalho, é uma felicidade negada pelo trabalho, que tolda e cega todo o mundo que quando chega a casa quer é comer e dormir pois vem cansado do trabalho e tem os filhos à espera de os encontrar felizes e disponíveis para o seu papel de pai e de lhes proporcionarem momentos de cumplicidade e de diversão que são todos eles de aprendizagem também mas ao invés ouvem um “Agora não dá!” dia após dia, vítimas de um ciclo vicioso da sociedade do consumo imediato.

Se os problemas começam logo na base de uma fundação não há muito a ganhar em pensar-se primeiro em resolver os do telhado.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Sem dó nem piedade...

Por onde começar agora que vejo novamente? Porque não pelo mundo em geral?
Assiste-se à decadência da Babilónia, das potências instituídas. Verdades absolutas caiem que nem a maçã de Newton, tão inevitável era a sua queda, tal foi a sua subida exponencial. "O mercado não precisa ser regulado, ele regula-se a si mesmo." Palavras tão ocas como os cérebros dos que nisto acreditaram pois qual é o papel então dos Estados senão o de regular todas as actividades que afectam os seus cidadãos, em prol dos mesmos? Nacionalizar bancos? Fechar hospitais? Criar computadores medíocres para depois oferecê-los a crianças para lhes condenar o raciocínio abstracto desde tenra idade? O mundo atravessa uma era conturbada e ninguém faz nada para que isto acabe? Sonhem aqueles que pensam que isto vai continuar assim indefinidamente, pois o sonho depressa vai acabar. Ou alguém apresenta medidas concretas de apoio aos cidadãos e às empresas ou instituições que lhes garantem o salário ou mais tarde ou mais cedo acabamos zangados. O fosso entre ricos e pobres aumenta de dia para dia, o nível de vida ocidental baixa a olhos vistos. É-se dependente até mais tarde quando se é mais qualificado, é-se mais explorado quando se tem mais conhecimento. Tiram-nos aumentos salariais para gastar milhões em, para além dos já referidos computadores, aviões de guerra que, como Portugal está sempre em conflito, fazem uma falta medonha, reformas ridículas na Educação em vez de se preocuparem com arranjar oportunidades de emprego para aqueles cujo mesmo sistema educativo já formou? Em vez de assegurarem reforma aqueles que hoje trabalham? Como jovem informado e preocupado que sou obviamente preocupo-me com estas situações. Estão a condenar-me o futuro. E, mais uma vez a nível mundial, os mercados? O tal fosso que referi anteriormente acontece porquê? Não será porque o mercado desregulado auto-regulável permitiu que houvesse um desmedido branqueamento de capitais de tal ordem que, dinheiro que geraria investimento e subsequentes postos de trabalho, está, ao invés, parado em off-shores espalhadas por esse mundo? Estas são palavras de um jovem que não sendo comunista, embora possa parecer, acredita que a justiça social é um direito do Homem e o mundo que andamos a pagar com o nosso corpo todos os dias "sai caro e é mal servido". Não esqueçamos a emergência de novas potências mundiais cuja Revolução Industrial, com todos os males inerentes à Britânica (poluição, exploração social, enriquecimento criminoso, não esquecendo o abuso de poder inerente a qualquer regime totalitário), só agora se dá e com isso a perda de recursos primários como os bens de primeira de necessidade (e se bem me lembro Maslow tinha uma pirâmide e não um octaedro) que inevitavelmente levará ou à fome por desleixo regulador dos Estados ou à guerra que será a outra hipótese neste cenário inaceitável. Cabe aos Estados, ou melhor, Governos que representam os Estados (porque Estado são todos os cidadãos de um país) encontrar soluções rápidas ou a médio prazo para equilibrar a balança de forma sustentável, pois não são apenas os países de 3º mundo a precisar de políticas de desenvolvimento sustentado, são todos os países e só assim se poderá acreditar que o pior não irá acontecer. Quero acreditar que melhores dias virão porque caso contrário também não estaria aqui a partilhar esta minha modesta análise com vocês.
Bem hajam e não se esqueçam que o Obama pode ser vir a ser bom mas não é D.Sebastião.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Ressaca espiritual...

Já quis repetir-me, já quis dizer tudo o que me ía na alma, já quis partir para não sentir mas se partisse teria sentido mais ainda... Assim, sem partir, sem tentar esquecer, sem mesmo esquecer, deixo-me levar ao sabor da vida, ao ritmo que se impõe e que a mim mesmo imponho procurando voltar a mim... Ainda não sou de novo senhor de mim mas já não tenho âncora a prender-me, não há mais arca de alquimia fascinante pois já não fascina apenas entristece... Entristece ver que nada mais encanta pois nada mais de belo se mantém a não ser o brilho do metal e esse mesmo assim necessita ser areado para que volte talvez a maravilhar esta gralha que em torno da âncora voou mas nunca teve força para a levar consigo tal era o seu peso e tal presa estava no chão... Volto a tentar encontrar-me em mim, procuro o brilho interior que quase se apagou e quase cegou a minha vontade... Estou de novo livre... Respiro um novo ar que me enche de confiança, que me dá força para caminhar uma vez mais de olhos postos na esperança de que o meu ser se reflicta nos outros não por egoísmo mas por mérito de quem ama sem nada pedir em troca... Por ora vou escrever de outras coisas que não de mim, que não das minhas psicoses "novelescas" das quais já devem estar fartos... Voltarei a reflectir sobre o mundo e a perspectivá-lo tal como ele é, ou então não...

terça-feira, setembro 09, 2008

As time goes by...

Palavras escrevi bastantes
Palavras disse-as demais
Palavras tão ancestrais
Palavras tão redundantes

O silêncio foi abusivo
O silêncio foi inimigo
O silêncio foi um castigo
O silêncio foi corrosivo

Falar é refrear
Falar é retorquir
Falar é combater

Ouvires é auscultar
Ouvires é insurgir
Ouvires é deter

Palavras escrevo-as de novo
Palavras repito-as se preciso
Palavras vindas de um friso
Palavras que diz o povo

O silêncio vai existir
O silêncio vai guerrear
O silêncio vai magoar
O silêncio vai munir

Falar será abrir
Falar será conversar
Falar será dizer

Ouvires será ouvir
Ouvires será escutar
Ouvires será perceber

segunda-feira, julho 21, 2008

Sometimes I wonder how I ever started loving you...

Mais do que outra coisa
Amor é uma loucura
Dá apertos na alma
A quem não os procura
Leva-te até à lua
Enche-te de emoção
Nasce no meio da rua
Arde no coração

Mesmo que não te exista
Algo me diz que sim
Diz-me que não desista
Apesar de me sentir assim
Louco, perdido, à nora
Estranho, vazio, sem alma
Nisto sou eu quem chora
Alguém que me tira a calma

Mas não culpo ninguém
A culpa ao amor pertence
Desisto? Tento outra? Quem?
Amor tudo, tudo vence
Leva-me a razão
Extingue-me o pensamento
Nega-me a decisão
Afirma um sentimento

Morro um pedacinho
A cada dia que passa
Desde que sozinho
Amo sem a tua graça
Longe do teu olhar
Estou fraco e inseguro
Neste gélido fervilhar
Alheio ao futuro

quarta-feira, julho 09, 2008

Agnosco veteris vestigia flammae...

Meu agridoce desejo
Amarga ansiedade
De alta densidade
De tão volúvel pejo

Amarra de tanta côr
Queimadura saborosa
Brisa tão gostosa
Tesoura de pudor

Dissolves o meu saber
Gelas o meu falar
Apagas o meu ser

Eu não consigo deter
E fico sem pensar
Feliz por te vêr

Inquietação constante
Tempestade cerebral
Calamidade celestial
Por mais distante

Presença misteriosa
De ausência sofrida
Agitaste-me a vida
De forma perigosa

Ages indiferente
De olhar sideral
De face viraga

Fico intermitente
Viro um animal
Tal é a paga

terça-feira, maio 13, 2008

Porquê? Porque...

Gentilmente desperto
Outro dia de incerteza
Aquela velha tristeza
Estou a descoberto

O amor é jogo de sorte
O amor é jogo de azar
Jogado sem pensar
Profecia do mais forte

Memórias que se aninham
Momentos sonhados
Futuro turbulento

Desejos que caminham
Prazeres calados
Puro desalento

Continuo sem rumo
Tempero a vida
Essa folha caída
Ainda sem resumo

Divago em mim
Ainda mais perdido
Outrora convencido
Que viria para mim

Essa que me ignora
Que não considera
Que me condescende

Não chega essa hora
Não finda esta espera
Não me compreende

Conseguisse explicar
Este meu sentir
Iria descobrir
O que é gostar

É sofrer sem saber
É tê-la na mente sem desejar
É querer sem controlar
É não conseguir esquecer

A vida continua
O mundo não se detem
Existência mandraque

Mas eu estou nessa lua
Onde ela não vem
Sina de Bergerac

segunda-feira, abril 14, 2008

Semper et ubique...

Era uma vez... Não, não vai ser bem assim, vai ser mais do género desta vez é para ser diferente... Ou não... De qualquer forma o que quero deixar bem assente é que no estado em que o mundo, e particularmente Portugal, se encontram é difícil acreditar em algo, é difícil ter esperança, é difícil levantar-mo-nos de manhã com um sorriso. Não há tempo para a a família, não há tempo para os amigos, não há tempo para sorrir. O tempo, o tempo, o tempo é uma chatice não é? O tempo é dinheiro, o tempo é trabalho, o tempo é sono, o tempo já foi amigo e agora não o é. Andamos agarrados a uma existência automática e mecanizada desprovidos de liberdade, condenados a um sistema instaurado para enriquecer alguns e que nos inunda de promessas em revistas côr-de-rosa, de telenovelas que nos mostram uma realidade ideal carregada de nada, sem valores, sem moral, sem história, que se escreve à mediade que se descobre o que prende audiências. Um mundo onde estamos tão sitiados pela informação que nem os nossos pensamentos são livres na grande maioria do tempo(lembram-se dele?). É ainda mais triste verificar que cada vez mais cedo na vida dos jovens se pretende incumbir-lhes esse tipo de estilo de vida onde o respeito não é mais que um conto que passou de moda pois o que conta e realmente importa é a roupa, o telemóvel e parecer giro e rico. Pois bem meus amigos ser e parecer são duas coisas completamente diferentes e parecer rico e giro tira-nos o precioso tempo(esse do qual escrevo) para realmente nos tornar-mos ricos em valores e conhecimento, aquilo que basicamente nos trouxe até esta época tão tecnologicamente evoluída e cheia de comodidades e que sem dúvida são agradáveis, o problema é que custam caro, custam às vezes tão caro quanto a réstia de humanidade que reside em alguns de nós. Pois bem acho que devo lembrar-vos com a ajuda de uma, não muito conhecida banda portuguesa, que "...bens materiais e outras coisas mais servem pra nos distanciar-mos demais, bens essenciais nunca são demais...". Um dos mais importantes bens essenciais chama-se humanidade. Pensem nisso.

terça-feira, janeiro 22, 2008

Vivit sub pectore vulnus...

Dou comigo preso a uma necessidade de exorcisar demónios que me atormentaram durante meses... Quero escrever mas não sei o que dizer nestas linhas... Que fazer?? Onde me inspirar?? Voltar a bater na tecla Enter que não abre um coração ferido do qual não fui eu o agressor, mas por tabela de um cego e de uma sociedade vendada me nega a oportunidade de o curar?? Não!!!! Quem não quer nem ser amado não o merece!! Tentar procurar quem o mereça neste mundo?? Já tinha encontrado mas estava tão absorvido pela perpetualidade saprófita de um amor que não me abandona, mas com o qual finalmente aprendi a viver, que não me tinha dado conta. Mas saí do vale, a cordilheira que me rodeava não mais bloqueia a frequência que insistentemente se difundia até mim. Sintonizei e não voltarei a refugiar-me nas voláteis ninfas de Baco, já não preciso delas para esquecer. Não tenho que esquecer. Chamá-las-ei quando me quiser divertir e a próxima chamada é já daqui a uma semana e meia. Como não me quero abstrair do mundo dançarei com elas ao som do samba e na companhia de quem me quer bem.
Mais uma vez sou eu o centro da minha escrita quando mais nada me inspira um comentário... pelo menos construtivo... Se fosse para falar do mundo tinha críticas que davam pano para mangas. Mas para quê agravar a depressão de quem me lê?? Para isso já temos a Babilónia!! Temos é que criar os nossos "breizh zions" com quem nos quer bem e não com quem quer bens, aí as depressões desaparecem e a existência confunde-se com a vida, e não o contrário, passamos a "habitar com o coração cheio um mundo vazio" despidos de preconceitos e convenções...

quarta-feira, novembro 07, 2007

Abundantia cordis...

Fico sedento... Quando a vislumbro por entre a multidão... Quando entre o supérfluo estou só eu e ela... A colisão de emoções é de tal forma violenta que não a espelho... A sinestesia desses fugazes "Olá tudo bem?" agora implode quando antes explodia e só quem fosse cego não via que eu estava derrotado... Fico sedento... A minha "máscara" protege-me do supérfluo mas não do que importa... Tento repetidamente meter na cabeça que não vai acontecer mas não é na cabeça que ela mora... Vil e torpe supérfluo que se interpõe... Fico sedento... Nada me sacia... Estou prisioneiro de um querer bem em não querer... Agarrado ao dia-a-dia apenas atraso a inevitável e redundante conclusão... Fico sedento... Não alcanço quem também não me quer alcançar... Não há controlo neste constante almejar... Fico sedento pois a sede só ela a pode matar...

sexta-feira, outubro 19, 2007

Morfina...

Dedos por entre espuma
Lábios que vacilam
Horas que se perfilam
Prazer que se esfuma

Só quero poder dormir
Pois mora nos meus sonhos
Os dias são tristonhos
Sem a poder sentir

O meu sorriso cai
Pois o dia amanhece
Termina o frenesim

Furor que se esvai
Que logo desaparece
Mas que volta para mim

terça-feira, outubro 09, 2007

Murmúrio...

Mais uma vez dou comigo à deriva nos meus pensamentos... Sinto uma nostalgia que me consome a cada dia que passa... Uma sensação de inutilidade obviamente vã mas que no entanto me incomoda bastante... 24 anos!! Foda-se!! Já passou uma eternidade... Tantos momentos espectaculares e alguns dissabores que só reforçam os bons momentos... Tantas estórias para contar... Mas ainda não acabou, haverão mais anos repletos de estórias pra construir e viver... Mais efemeridades eternas... Um "Encosta-te a mim" pra viver, pra dizer, pra sentir e partilhar com alguém tão intensamente como o canta o Jorge Palma mas não quero, agora não, também não quero por imposição, também não quero à força, quero porque mereço vivê-lo um dia e quero que surja quando menos esperar e quero que pulverize essa, por ora, vã sensação. Agora só quero ser EU!! EU!! Dedicarmos as noites a alguém, pensando sem parar nos "ses", é destrutivo e retira bastante de nós, endurece-nos e mata-nos quando não serve o seu propósito. Desfalecido só posso querer ser EU!! E quando o for novamente a bujarrona levantar-se-á e velejarei rumo a bom porto por uma rota incerta mas segura, repleta de vivências e rica em sabedoria... "Pequeno marinheiro à liça!! Levantou vento!! Partimos rumo ao futuro!!"

terça-feira, junho 19, 2007

Medo de cada um...

Estar tentado
E viver amargurado
Tudo parece um achado
E certezas não as há

Nada ajuda
E não tenho quem me acuda
Só o medo me saúda
E coragem ninguém dá

No meu medo
Este segredo
Receio forte
Tão forte que me corrói
Pois tentando
Seja qual for a sorte
Meu coração palpitando
Que não sei se me destrói

Bom seria
Poder um dia
Perder o medo
O medo que me detém
Mas a esperança
Venha ela tarde ou cedo
Por certo traz a bonança
E eu irei mais além

sexta-feira, junho 08, 2007

Audiovisualidades II...

Mas não foi somente a audição a ser vitimada pelos avanços científicos nas tecnologias audiovisuais, a visão foi-nos constantemente debilitada ao longo do séc. XX, primeiro pelo uso da televisão, "a caixinha que mudou o mundo", ora não podia esta frase estar mais correcta se pensarmos no que nos sucedeu após a sua invenção, deixaram de haver barreiras espacio-temporais, o que acontece do outro lado do mundo é do nosso conhecimento apenas segundos após a ocorrência, torna-se portanto irrisório procurar outras fontes de informação, pelo que nos deixamos dominar por esse instrumento que foi criado para nos servir, a teledependência é uma doença de que quase todos nós sofremos, muitos de nós somos bem capazes de chegar a casa com fome, mas antes de comermos ligamos o televisor. Perdeu-se o hábito de conversar às refeições, as famílias passam as refeições "vidradas na televisão, deixa de haver comunicação em casa, há a revolta por parte dos jovens que não se sentem acarinhados pelos pais, tudo isto porque temos em casa algo que domina a nossa percepção visual, a televisão. Criaram-se até novos conceitos tendo em conta o uso da televisão, sendo que o mais famoso é o zapping, estar constantemente a mudar de canal sem que qualquer tipo de informação seja assimilada, é como estar a vêr sem vêr, a televisão tornou-se num vício. Para além disso temos tendência a vêr o que assistimos na televisão como algo sagrado, a nossa visão é corrompida pela televisão, tomamos as personagens de ficção como modelos de vida, a ficção mistura-se com a nossa vida até porque nos encontramos tão abstraídos do mundo real tal é a atracção sentida pelos media, veja-se as crianças que se mataram por pensarem que conseguiam voar como o super-homem.
Ainda temops a violência dos temas apresentados pelos media (acidentes, mortes, violência familiar, etc.) facilmente identificável, podemos tentar erradicar isso se quisermos; poderíamos inclusive rejeitá-la se essa virtualização dos receptores praticada pela linguagem não nos tivesse definitivamente implantado uma estética da violência muito mais cruel e sub-reptícia, muito mais perigosa porque apresentada como "as maravilhas do virtual" e não como violência ao corpo. Sabemos ainda que essa "violência ao corpo, ao sensível" não é um fenómeno exclusivo dos meios de comunicação, ele encontra-se na base das sociedades modernas, é um dos grandes paradigmas da modernidade que a contemporaneidade vem revendo. Sobre esse fenómeno vários autores dedicam uma longa reflexão chamando a atenção especialmente para o modo como a própria produção de conhecimento do século se deixou levar por essa direcção. Com ele, podemos pensar no papel dos media numa época em que até mesmo o pensamento exerce a sua violência contra o sensível.
Depois apareceu o Computador e, na década de 90, a Internet. A Internet veio permitir a quebra total das barreiras espacio-temporais, graças a esta invenção é hoje possível comunicar em tempo real com alguém do outro lado do Mundo, podemos vêr como são as culturas de todo o Mundo, os seus costumes, sem termos que sair do conforto do nosso lar. É aqui que reside o grande problema, as pessoas hoje em dia renegam a si próprias o prazer de experenciar, vivenciar o Mundo. Deixámos de estar limitados espacio-temporalmente, mas ao mesmo tempo limitamo-nos a estar sentados em casa e a deixar de saber o que é a vida como sempre foi, recheada de experiências físicas, de diversão, tristeza, violência, paz, enfim todos os sentimentos que nos tornam humanos. É-me profundamente repugnante a ideia de que daqui a uns anos, os seres humanos poderão passar a ser criaturas grotescamente obesas, que assim ficam por passarem a vida sentados em frente a um computador, que não conhecem sentimentos, seres puramente racionais, despojados de humanidade. É um esterótipo que pensava não passar de mais um chavão em jeito de piada, mais um exagero do cinema, mas que a cada dia que passa me parece ser o final mais provável.
Perderam-se os horizontes, o Homem deixou de sonhar, tudo o que experenciamos hoje em dia é uma reposição do que já se sabe, é um "upgrade audiovisual", um embelezar do "já visto", o Mundo começa a tornar-se repetitivo e as descobertas tendem a cessar. Todas as manifestações que estimulam os sentidos da visão e da audição começam a perder a originalidade que durante séculos despertou estupefacção e admiração pela capacidade criativa do Homem. Inicia-se uma fase em que é consideravelmente desinteressante viver neste Mundo dominado pelos multimédia, este sentimento de desinteresse é por muitos sentido como causa dessa evolução que trouxe a perigosidade ao que intencionalmente era para servir o Homem.
...
Face a toda esta problemática adventícia do uso de novas tecnologias, a toda esta panóplia de avanços tecnológicos cujas implicações têm um potencial catastrófico para a civilização, resta-nos apenas esperar que o Homem consiga recuperar e restituir a si próprio esse equilíbrio sensorial pelo qual ansiava, mas cujo desenvolvimento se tornou rapidamente independente e acabou por nos tornar reféns da nossa própria evolução. Que o Homem não perca a noção de realidade, que não se deixe manipular pelo comodismo fornecido pelas novas tecnologias, que volte a sonhar, que volte a criar, que volte a ser o Homem senhor do Universo e não passe a ser um "zombie", um joguete nas mãos das suas mais sublimes e impressionantes criações. Que o Homem volte a vêr e a ouvir.
Fim

quinta-feira, março 01, 2007

Audiovisualidades...

A vista e o ouvido são os principais sentidos da comunicação, tal como o gesto e a palavra constituem os seus principais modos. A harmonia é grande entre estes dois sentidos, que permitem perceber o seu meio na sua dimensão real de espaço-tempo. O barulho não se dissocia do acontecimento, o trovão completa o relâmpago, a agitação revela a queda. Tudo o que é visível é percepcionado no espaço, tudo o que é acústico é percepcionado no tempo. Por conseguinte, o meio ambiente é principalmente audiovisual e espacio-temporal, visto que ele transmite, sem parar, informações perceptíveis simultaneamente pelos olhos e pelos ouvidos.
Os estudos comportamentais, herdeiros do behaviourismo, destacam-se quanto à aplicação das suas metodologias de investigação em campo. Eles tentam compreender as inter-relações do Homem com os ambientes e as paisagens, admitindo que também esses ambientes e paisagens podem influenciar comportamentos específicos, individuais e de grupo, inconscientes ou conscientes. É este tipo de influência que sofremos a nível comportamental ao longo do séc. XX, e agora no séc. XXI, através da relação que a audição e a visão têm vindo a consumar com as tecnologias, que pretendo deixar patente.
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A acreditarmos numa perspectiva teleológica da história, o séc. XX é o século em que o Homem cumpre o seu destino enquanto senhor do Universo. Todo o percurso da hominização é uma tentativa de superação das deficiências com que a natureza dotou o Homem. A criação de instrumentos cada vez mais sofisticados é uma constante desse percurso evolutivo, porém o nosso tempo tornou-se, com a ajuda da tecnologia, pródigo na distribuição e generalização de cárceres sonoros. Por todo lado nos tornamos cativos do poder súbtil da música, são cada vez mais raras as pausas de silêncio, a escuta da harmonia celeste que mal se ouve, tão coberta que está de outras músicas, de camadas de ruído. Vários autores de entre os quais se destaca Pascal Quignard discorrem longamente sobre o "assédio musical" que caracteriza o nosso tempo, concluindo que "(...) em consequência da tecnologia de reprodução das melos, amar ou odiar a música reenviam pela primeira vez à violência própria, originária, que funda o domínio sonoro." A fuga à violência adquire, neste contexto, a forma de uma procura de silêncio, a forma de um cansaço, a fadiga do violado, do acossado que não tem para onde fugir. a dificuldade em escutar o silêncio parece agudizar-se, a audição do inaudível parece cada vez mais difícil. A abertura total das "orelhas sem pálpebras", a obediência máxima de uma "infinita passividade" surge, uma vez mais de modo paradoxal, como a única forma de resistência: uma resistência em forma de abandono. Ouvir tudo, ouvir absolutamente, acolher todas as cmadas sonoras que se vazam nos ouvidos abertos, acolhê-las penetrando no som, impregnando-nos de som, até ao máximo da audibilidade, que é a ultrapassagem dos limites do audível, atingir o ilimitado, dar conta da continuidade, ouvir o inaudível, escutando o silêncio que se tornou na vertigem moderna.
"Quando a música era rara, a sua convocação era perturbante e a sua sedução vertiginosa. quando a convocação é incessante, a música torna-se repelente e é o silêncio quem chama e se torna solene." - Varèse
Os media são os suportes materiais que tornam possível a comunicação. O suporte mais fundamental, o único que existiu na origem, é o próprio Homem. O Homem que gesticula e que fala é o primeiro médium audiovisual. Os media são os intermediários físicos que permitem a comunicação à distância, quer seja à distância no espaço, quer seja à distância no tempo.
É nessa medida que o séc. XX se torna tão importante. Este séc. deu ao Homem velocidade, força e asas, amplificou-lhe a visão, a audição e a voz. Combateu dois grandes inimigos: o tempo e o espaço. Mas será que esse upgrade que foi feito, durante todo o séc. XX e até aos nossos dias, foi realmente tão benéfico como aparenta? Será que as tecnologias não prejudicaram a nossa noção de realidade audivelmente e visualmente?
Veja-se o que referi acima, o constante bombardear auditivo do qual somos reféns e do qual não podemos fugir, para o qual caminhámos neste século mas agora perante o qual fugimos. Hoje em dia, o aumento considerável da compra de propriedades no campo é reflexo dessa fuga, as pessoas procuram afastar-se da confusão das grandes cidades, dos ruídos dos automóveis, das discotecas, etc. Assistimos portanto a um êxodo urbano. Está aqui patente um paradoxo existencial, procurámos durante séculos através da criatividade encontrar formas de usar o som a nosso bel-prazer, para nosso entretenimento e, hoje em dia, não só o ruído mas também esse som lúdico nos é prejudicial. Tenha-se em conta as novas tecnologias ligadas ao som: os leitores portáteis de CD, K7's, mp3; os mini-rádios; os sistemas de som para automóveis (muito utilizados pelos aficionados do tunning); os sistemas sonoros das discotecas, dos bares dançantes, das boîtes. Sobretudo os jovens, que lidam mais com estes avanços tecnológicos, são prejudicados por este massivo bombardeamento sonoro. Devido a estarem constantemente sob influência de tão altos níveis sonoros a sua sensibilidade auditiva é afectada, subsequentemente a sua sensibilidade comunicacional também se vê afectada, isto leva à perda da noção de tonalidade "socialmente correcta" da voz por parte dos jovens que cada vez mais têm tendência para falar mais alto. Passa a existir assim uma quebra com os "bons costumes", o comportamento social é violado, é despojado de um dos seus mais belos suportes estéticos , o falar bem, que não engloba só o conhecimento gramático, mas também o saber privar, o falar para alguém, não o falar para todos, a "histeria" que é sem dúvida reconhecida às gerações de agora.
Continua...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Carnaval...

Certo e sabido que é o ex libris desta bela cidade do farwest nacional, Torres Vedras encontra no Carnaval um sublinhar da vontade de um povo em se deixar levar pela loucura que acumulam durante 360 dias e extravasá-la numa explosão de côr, alegria e bebedeira claro, nestes 5 dias loucos que compõem o mais português de todos os Carnavais.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Inter manus...

Soberbo.

domingo, janeiro 28, 2007

Versus...

Hesito, desde Novembro que hesito escrever, hesito agir, hesito viver. Porém, sempre que chegou a vez de agir pela "Maravilhosa arca de alquimia(...) " nunca hesitei, nunca parei para pensar no que fazia ou porque o fazia porque era óbvio o porquê de o fazer. Era óbvio no entanto dúbio, era certo mas incerto. Afinal o que rege o Universo? O que é que nos faz andar tanto à deriva perdidos num "je ne sais quois" constante? Stephen Hawking chama-lhe princípio da incerteza, Sócrates chamou-lhe nada saber, Descartes fintou-nos com o pensamento, mas o pensamento de nada vale quando este fogo que arde sem se ver se torna na nossa força motriz e é verdadeiramente a força motriz de qualquer ser humano que se preze.
Ter a certeza de algo do qual não se tem a certeza é a mais maravilhosa maldição alguma vez lançada ao ser humano.
Auto-destrutiva?? Porquê?? Será ssim tão errado apostar na improbabilidade?? Quantos jogam no Euromilhões todas as semanas?? Eu prefiro apostar noutra lotaria, uma lotaria na qual tenho a certeza da incerteza e se não ganhar essa lotaria pelo menos ganho na riqueza de espírito.
Apostar numa certeza certa é ser fraco, é não ter tomates para viver a vida, é não pegar o toiro de caras, é não ser aplaudido pelos seus pares, é nunca conhecer a glória de uma, por fim consentida, conquista de uma certeza incerta.
Lutar é metade do prazer. Masoquismo? Não. Teimosia? Talvez. Ser Homem? Pois concerteza.