Há uma altura na vida em que pensamos nela
Pensamos nela a fundo
Analisamos todos os momentos desta querela
Toda a hora, todo o segundo
Queremos apenas ser amados
Mas como o poderemos ser?
Como, se estivermos sempre amuados?
Onde arranjamos força para viver?
O medo tudo comanda
O medo tudo desafia
O medo põe-nos em debanda
Mas também nos recria
Nem tudo é negativo
Neste nosso labirinto
E também pouco de positivo
Se ganha em continuar faminto
Pois ansiamos por esse momento
Em que nos braços tomamos o nosso amor
Em que nos enchemos de contentamento
Sem reservas nem pudor
No entanto receamos que não seja verdadeiro
Que esse amor seja apenas receio
Apetece-nos gritar com o mundo inteiro
Com a mente vazia e o coração cheio
Mas devemos cegar o nosso coração?
Ou devemos entregar-nos à revelia?
Devemos renunciar à razão,
E apenas viver essa alegria?
O Desejo supera a Vontade
A Razão morre pelas mãos da Paixão
O Fado vence a Inteligibilidade
O Amor prevalece face à Visão
Embora a dúvida subsista
Embora a angústia continue presente
A certeza sobrepõe-se autista
E a alegria invade-nos omnipresente
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