sexta-feira, janeiro 27, 2006

Amor...

Ultimamente dou comigo a pensar neste tema tão batido, tão abordado, tão indefinível, tão intangível que nem Camões o conseguiu sintetizar no seu tão famoso poema "Amor é fogo que arde sem se ver...". Dou por mim embebido pela beleza desta sensação tão estranha, tão magnética que nos impele para outro alguém. Alguns chamam-lhe química, outros compatibilidade psicológica, mas ninguém consegue sintetizar este sentimento tão forte que nos arrebata e nos deixa tão pouco senhores de nós mesmos que parecemos perdidos na nossa própria insanidade, tudo o resto deixa de importar e parece que aquela outra pessoa, o objecto do nosso amar se torna o centro do universo. É tão bonito quando é correspondido, o êxtase que toma conta de nós, é algo de tão poderoso que nos veda qualquer outra forma de vida, é a certeza da incerteza, é a razão da irracionalidade, é omnipresente, sobrepõe-se a tudo o resto, e consumar esse amor torna-se em algo tão sagrado que acaba por se tornar viciante e perigoso, chega a toldar responsabilidades, afazeres, tudo o mais deixa de importar e o outro ser, antropocêntrico, é a única razão de existir. Animal, instintivo, intrínseco ou não, é maravilhoso. Mas e se conosco tal sentimento não for correspondido, ou pior se não se souber o que vai na alma desse outro ser desse universo antropocêntrico??? Será que nos leva à demência, ao desespero, ao enclausuramento, à auto-destruição??? O ser humano é forte, é isso que nos tornou nº 1 na cadeia alimentar, mas será que o espírito, a nossa maior arma na Natureza, não será também a nossa maior fraqueza??? Eu estou fraco neste momento. Não sei se aguento mais angústia, estou rendido à minha própria fraqueza, aqui ando à deriva na minha mente, o meu espírito vagueia perdido no éter. O que ainda me liga à realidade??? A esperança. Que sentimento bonito deixou Pandora guardado para todos nós.

Sem comentários: