quarta-feira, dezembro 21, 2005

2004 Odisseia Torreense...

Há dias em que a inércia
Se recusa a desaparecer
Acho que nem na Antiga Pérsia
O tédio era assim, de morrer

Nos dias mais bonitos
Em que apetece fugir
Os nossos quereres são restritos
São-no tanto que parecemos explodir

A cabeça já não alberga tanta vontade
O coração não aguenta tanto desejo
Não sei se será da idade
Mas é isto que vejo

Só quero viajar para outro mundo
Desaparecer deste dia-a-dia aborrecido
Se não fosse aquele desejo profundo
Decerto já teria morrido

Mas aquele desejo profundo perdura
A razão do meu querer ainda vive
Calem a voz da censura
Senão ele não sobrevive

Só me resta esperar pelo final do dia
Pela hora em que a vou rever
Que ela aja como eu queria
E eu finalmente parasse de sofrer

Tenho sede de vida
Quero sentir realização
Estou farto desta existência fodida
Que me corrói e despedaça o coração

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